quinta-feira, 28 de maio de 2015

Ainda, compondo em cor.

       Não sabendo bem por onde começar eu vou começar de qualquer jeito. Escolhi "recompondo-me" por um motivo óbvio: recompondo-me estou. Sabe, as fases da vida são muito malucas e as vezes não queremos deixá-las, mas infelizmente é necessário! Algumas coisas precisam ficar para trás e o vento se encarrega de colocá-las em seus devidos lugares. Ah, então a ferida fica, mas é claro. Como podemos nos doar tanto à alguma coisa e quando ela se vai não sentirmos a sua falta? Acredito que seja impossível, afinal, nos apegamos, nos importamos e os sentimentos ficam guardadinhos no peito... e então aquele momento especial do dia que você dedicava a essa tal coisa especial fica, agora, vazio.
       Estou me recompondo de algo especial que se foi e que não posso mais tocar, algo que por algum motivo que ainda não me ocorreu compreender por completo, se desprendeu de mim e não tem mais possibilidades de voltar. A unica amiga que me resta agora é a esperança, porém volto a me perguntar onde pode ter ido todo o encanto que se encontrava nessa tal coisa especial e diversas vezes me deparo perdida e inconformada mais uma vez. 
       Existem coisas na vida que nos trazem um sentimento diferenciado que ninguém sabe bem explicar como é. Um sentimento de preenchimento, um sentimento de coração repleto de harmonia, completo e além disso completamente feliz. Existem coisas que fazemos que nos deixam, apesar de tudo, sorridentes e contentes simplesmente por termos a oportunidade de estarmos vivos.
       Existem também, situações de desconforto que nos fazem querer desistir, gritar, correr, fugir, remar pra longe sem destino e sem volta. Essa minha tal coisa especial, quando se foi, levou consigo um pequeno grande pedaço de mim e me deixou com vontade de fugir pra bem longe, pra algum lugar onde eu pudesse encontra-lá e tocá-la mais alguma vez, algum lugar onde nossas marcas pudessem se tocar e se trocar, se envolver e se entrelaçar, de maneira que me deixasse ao menos boas lembranças e quem sabe até uma boa despedida.
     Por incrível que se possa parecer, essa minha tal coisa especial não era alguém, não era importante por ser algo material e não a considerava importante por ser algo que eu pudesse exibir. Era um sentimento que transbordava e que nunca havia sido sentido de tal maneira por mim e ele se encontrava carimbado em uma caderneta. Uma pequena caderneta que quando aberta poderia conter mais sentimentos do que se podem imaginar. Era onde eu escapava de mim e fugia pra onde eu quisesse. Misturava cores, rimas, arrepios, experiências, mergulhava em sentimentos lindos que sentia por uma tal pessoa especial.
       Essa minha joia se perdeu nessas nossas idas e vindas da vida. Se encontra agora em algum lugar que não tenho nem ideia de onde fica, sendo lida por pessoas que nem conheço e muito menos sei se podem me compreender, sendo interpretada como bem quiserem, quando bem quiserem e entendam o que entenderem.
       Assim como não soube bem por onde começar, me perco agora ao finalizar... Ainda tentando me recompor sei que posso te compor em cor em uma nova caderneta. Sei que posso te carimbar mais uma vez, assim que você voltar.

Segredo
  


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