sexta-feira, 26 de junho de 2015

E se a ponte cair?

       Bem, nessa minha rotina maluca de ensino médio e de sentir coisas malucas que explodem por todos os cantos em todas as horas, tenho mil ideias, mas pouquíssimas vezes consigo colocá-las no papel. Às vezes tenho até medo, porque como diz minha irmã do coração, a Isa, quando escrevemos descobrimos a verdade e muitas vezes é muito duro enfrentá-la.
       Um dia desses conversando sobre relacionamentos percebi que eles são pontes. Isso, pontes. Imagine um abismo e em cada lado dele uma pessoa. O que vai ligá-las é a ponte que se constrói ao longo do esforço que elas fazem pra se conhecerem, se encontrarem, se confortarem. Mas ás vezes, as pessoas não sabem bem como estruturar o inicio dessa ponte, a base, que precisa ser forte já que vai sustentar todo o resto.
       Bem, se essa ponte for bem estruturada nas duas pontas e se tivermos igual esforço para que ela fique firme, ela pode ficar ali para o resto da vida, onde idas e vindas acontecem. Se o esforço partir apenas de um lado, chegará um momento onde será necessário a ajuda do outro individuo e se ele não estiver lá: o coitado do esforçado vai cair! Dependendo de onde ele estiver, vai cair feio.
       Existem várias situações, vários tipos de relacionamentos, vários tipos de pessoas. Tem aquelas situações onde os dois se esforçam bastante, mas ainda não sabem bem como estruturar uma boa base. Tem aqueles relacionamentos onde ninguém cai, onde os dois estão ali, um de cada lado do abismo, mas por algum motivo ninguém avança muito nessa ponte e quando acaba a ponte ninguém cai: os dois estavam seguros.Tem também aquelas pessoas que estão sempre se segurando, com medo de se arriscar, com medo de cair; tem os malucos que sem nem saber o quanto o outro se esforça, se empenham ao máximo sem medo nenhum de cair, e então: acabam caindo. Ás vezes, tem até pontes que desmoronam e depois voltam a ser construídas.
       Mas aqui está o segredo: Nós não devemos ter medo de cair, devemos amarrar uma corda na cintura e em algum toco ou árvore que encontrarmos no nosso lado do abismo. Assim, a medida que andamos, mesmo nos arriscando, estamos seguros. Se cairmos, talvez não nos machuquemos tanto. Bem, nas minhas metáforas é tudo sempre muito claro, é tudo muito simples e óbvio, mas na vida real... Ainda não sei que corda é essa e muito menos onde encontrar essa tal de árvore ou toco.
       O importante mesmo, é não ter medo e se por acaso você se perguntar "Ahh, e se eu sofrer?", lembra da Jout Jout dizendo "MAS QUAL O PROBLEMA????"

Segredo.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Desperdício

       Estava me sentindo muito feliz ontem. Fui para o ponto de ônibus de manhã cedo, naquele horário que o Solzinho acaba de nascer e pude perceber que nem sempre o noto. Me senti tola por não notar a natureza, poupar meus sorrisos e guardar emoções e sentimentos que florescem quando observo-a. Percebi o quão tolos somos nós, que nos inserimos tanto em nossos trabalhos, problemas, stresses, e acabamos esquecendo de algo tão óbvio que é simplesmente maravilhoso. Pra ser sincera sinto até dificuldade de expressar em palavras.
       Sinto-me privilegiada em ver o Sol todos os dias, poder olhar as árvores, sentir o vento gelado, olhar o céu e suas nuvens desenhadas e sonhar por entre elas, sentir o cheirinho da grama, de terra molhada quando tem chuva, cheirinho de flor que é melhor do que perfume, provar das frutas que explodem seus gostos tropicais.... Desperdício é ter essas oportunidades e simplesmente esquecer que elas existem todos os dias.
       Pudera eu, agora, estar em uma cachoeira daquelas bem geladas e barulhentas, ouvindo o som dos passarinhos, da água gotejando, batendo, caindo, escorrendo... Pudera eu estar comendo uma fruta saborosa que colhi do pé, que subi no pé pra colher! Pudera eu voltar nos dias em que as minhas únicas e maiores diversões eram estar entrelaçada e amarrada entre os galhos de uma árvore, pular de um lado pro outro, correr com os pés na terra, pegar bicho de pé! Vê se tem algo melhor?! Fala sério!
       Apesar de toda a minha admiração, muitas vezes me pego em situações verdadeiramente paradoxais: como amar e poupar nossa natureza se sou tão consumista? Essa pergunta me dói o coração, a alma e me faz rever meus conceitos. Frequentemente me pego fazendo-a. Ainda não encontrei alguma solução que realmente faça a diferença, mas hei de encontrá-la realizando assim este que é mais um dos meus pequenos sonhos que carrego no peito: poupar minha querida natureza. 
       Refletindo um pouco mais sobre isso, percebi que a natureza me impressiona muito e me faz sentir algo que só sei sentir, não explicar. Ela faz com que eu sinta que ela é minha, mas na verdade, é minha dona. Minha mãe, natureza.

Segredo

domingo, 31 de maio de 2015

Pra não me soltar de mim.

       Não sabendo bem o que escrever então resolvi colocar uma música e escrever sobre qualquer coisa que vier à mente. Estranho pensar como nos envolvemos e nos prendemos em alguém sem conhecer a nós mesmos e acabamos nos confundindo um pouco com aquela pessoa. As nossas vontades ficam ofuscadas porque confundimos elas com as vontades da outra pessoa, mas na verdade só estamos nos deixando de lado sem sequer perceber. O problema está no se conhecer, aprender a lidar consigo, sabendo assim, lidar com o outro. Saber como queremos ser tratados, fazendo assim com o outro o que desejamos que ele faça conosco. "Ame ao próximo como a ti mesmo", já ouviu falar? Pois é...  Acho que quando isso acontece, as pessoas interagem umas com as outras de uma forma diferente e aprendem a lidar com seus defeitos e a apreciar suas qualidades.
       Eu gosto do sentimento que surge quando penso que algum dia posso estar perto de alguém que gosta de mim até naquelas horas em que parece que ninguém gosta, mas gosto ainda mais do sentimento que vibra aqui dentro quando penso em um indivíduo que pode me compreender. Penso muito em uma pessoa que possa me confortar quando não tiver ninguém e me sinto radiante quando penso que há alguém que se importa, acima de tudo, comigo. Alguém que pode me acalmar, me entender mais do que ninguém, que pode me fazer olhar pra frente e deixar o que passou, no passado. Sempre soube que esse alguém existia, penso muito onde posso encontrá-lo e se parar pra pensar mais um pouquinho, sorrio e me sinto ainda mais feliz, porque percebo que esse alguém só pode ser eu.
       Existem coisas que só nós mesmos podemos saber a respeito de nós mesmos e só o nosso "eu interior" consegue resolver, entender, desamarrar... Existem coisas que são nossas e existem algumas pequenas grandes pessoinhas que às vezes conseguem nos entender, mas nem sempre conseguem sentir o mesmo que nós.
       Há tanta coisa nesse mundo, mas o mais engraçado é que acima de tudo o que nos faz mais nós mesmos é nos conhecer. Saber daquilo que nos incomoda e não nos deixar levar por alguma outra pessoa... Ou aprender a lidar com o que nos incomoda através de outra pessoa. E cada um tem que saber de si, pra poder aprender mais sobre o outro. A busca por saber de si é infinita, interminável, dentro de cada um de nós.

Segredo

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Ainda, compondo em cor.

       Não sabendo bem por onde começar eu vou começar de qualquer jeito. Escolhi "recompondo-me" por um motivo óbvio: recompondo-me estou. Sabe, as fases da vida são muito malucas e as vezes não queremos deixá-las, mas infelizmente é necessário! Algumas coisas precisam ficar para trás e o vento se encarrega de colocá-las em seus devidos lugares. Ah, então a ferida fica, mas é claro. Como podemos nos doar tanto à alguma coisa e quando ela se vai não sentirmos a sua falta? Acredito que seja impossível, afinal, nos apegamos, nos importamos e os sentimentos ficam guardadinhos no peito... e então aquele momento especial do dia que você dedicava a essa tal coisa especial fica, agora, vazio.
       Estou me recompondo de algo especial que se foi e que não posso mais tocar, algo que por algum motivo que ainda não me ocorreu compreender por completo, se desprendeu de mim e não tem mais possibilidades de voltar. A unica amiga que me resta agora é a esperança, porém volto a me perguntar onde pode ter ido todo o encanto que se encontrava nessa tal coisa especial e diversas vezes me deparo perdida e inconformada mais uma vez. 
       Existem coisas na vida que nos trazem um sentimento diferenciado que ninguém sabe bem explicar como é. Um sentimento de preenchimento, um sentimento de coração repleto de harmonia, completo e além disso completamente feliz. Existem coisas que fazemos que nos deixam, apesar de tudo, sorridentes e contentes simplesmente por termos a oportunidade de estarmos vivos.
       Existem também, situações de desconforto que nos fazem querer desistir, gritar, correr, fugir, remar pra longe sem destino e sem volta. Essa minha tal coisa especial, quando se foi, levou consigo um pequeno grande pedaço de mim e me deixou com vontade de fugir pra bem longe, pra algum lugar onde eu pudesse encontra-lá e tocá-la mais alguma vez, algum lugar onde nossas marcas pudessem se tocar e se trocar, se envolver e se entrelaçar, de maneira que me deixasse ao menos boas lembranças e quem sabe até uma boa despedida.
     Por incrível que se possa parecer, essa minha tal coisa especial não era alguém, não era importante por ser algo material e não a considerava importante por ser algo que eu pudesse exibir. Era um sentimento que transbordava e que nunca havia sido sentido de tal maneira por mim e ele se encontrava carimbado em uma caderneta. Uma pequena caderneta que quando aberta poderia conter mais sentimentos do que se podem imaginar. Era onde eu escapava de mim e fugia pra onde eu quisesse. Misturava cores, rimas, arrepios, experiências, mergulhava em sentimentos lindos que sentia por uma tal pessoa especial.
       Essa minha joia se perdeu nessas nossas idas e vindas da vida. Se encontra agora em algum lugar que não tenho nem ideia de onde fica, sendo lida por pessoas que nem conheço e muito menos sei se podem me compreender, sendo interpretada como bem quiserem, quando bem quiserem e entendam o que entenderem.
       Assim como não soube bem por onde começar, me perco agora ao finalizar... Ainda tentando me recompor sei que posso te compor em cor em uma nova caderneta. Sei que posso te carimbar mais uma vez, assim que você voltar.

Segredo